terça-feira, 15 de novembro de 2011

Meu primeiro FIQ


Nos divertimos fazendo quadrinhos e ficamos na torcida para que as pessoas se divirtam lendo – isso é o Quadrinhos Rasos. E, puxa vida, como foi divertido o 7º FIQ. Poder conhecer tanta gente que apoiou o Achados e Perdidos pessoalmente foi lindo, tentamos abraçar o máximo de pessoas possível! Como qualquer um que esteve lá já sabe, o evento teve um público incrível!!! Pessoalmente, sonho com um mundo onde quadrinhos são assim, um entretenimento para todo mundo.

Pois bem, foi sem dúvida um evento histórico, e como sujeito ansioso que sou, só consigo pensar em estar a altura do próximo. Continuar trabalhando e produzindo sempre buscando ser melhor a cada produção. Mas hoje vou me dar o direito de descansar um pouco e agradecer todos vocês.

Começando por todo mundo que fez do Achados e Perdidos uma realidade, o que fizeram não existe e poder ver a maioria dos apoiadores pessoalmente e entregar-lhes seus livros foi muito bom. Muito bom mesmo!!! Eu não acreditava que vocês estavam lá, fazendo aquilo tudo. Cada pessoa, cada comentário, foi uma sensação indescritível colocar rostos nesses realizadores. Eu amo vocês e sou muito grato por terem embarcado nessa com a gente. E aproveito o ensejo para fazer uma breve observação sobre o processo de financiamento colaborativo:

Sou um sujeito megalomaníaco em vários aspectos, e geralmente não vejo porque não tentar realizar o que me parece certo. Três fatores foram cruciais para que tomássemos a decisão de lançar o álbum dessa forma: o número crescente de visitantes no site Quadrinhos Rasos e seus comentários extremamente carinhosos, o convite para expor no FIQ e a convivência de perto com os Pandemônios (mais sobre isso daqui a pouco). Foram esses os fatores que fizeram com que eu acreditasse sem pestanejar que o álbum seria uma realidade. Somado a isso, fui iluminado um belo dia pela ideia de convidar o Bruno Ito e aí sim, o Achados e Perdidos virou o que ele é. Trabalhar tendo o Luís Felipe e o Bruno Ito ao meu lado foi uma das experiências mais desafiadoras e gratificantes da minha vida, e já estou doido para repetir a dose. Decidimos lançar mas não tínhamos qualquer dinheiro, eu já conhecia o financiamento colaborativo há um bom tempo e já vinha namorando a ideia, quando paramos para pensar em tudo no que acreditamos em relação à produção de quadrinhos, essa forma de financiamento caiu como uma luva. Em resumo, ela parecia honesta e certa. Ainda mais relacionado ao fato de que trabalho exclusivamente com software livre e acredito muito no Creative Commons. Foi com essa mentalidade que tocamos toda a campanha de divulgação do livro – queríamos fazer sempre o que nos parecesse certo e da forma mais honesta possível. Divulgamos o primeiro capítulo e a primeira música para que ninguém precisasse apostar no escuro e em nenhum momento mentimos sobre nosso desespero absoluto em relação a isso tudo ou em relação ao amor (sem exageros, amor mesmo) por todo mundo que de qualquer forma nos apoiava. Enquanto isso trabalhamos incessantemente na produção do livro. Valeu cada segundo, e não foi sofrimento nenhum, desespero e ansiedade sim, mas sofrimento nunca – foi sempre divertido, cada página desenhada, finalizada e colorida era uma conquista e cada música que o Ito fazia nos transportava para um mundo mágico onde as coisas estão sempre bem. Quero fazer isso desse jeito para o resto da minha vida, e vou me esforçar para isso. Quando atingimos a meta ficamos muito felizes, mas como eu disse, sou hipertenso e ansioso, então sem ter o livro 100% pronto não consegui comemorar demais, ainda tinha trabalho a ser feito. Mas pude pelo menos relaxar em relação a ter o dinheiro para publicar o livro e isso já foi um sonho. Depois de ter o livro todo desenhado e o dinheiro para imprimí-lo foi hora de contar com a ajuda dos amigos para fazer com que todo esse nada virtual virasse coisa real. A Marília, uma pessoa fantástica, grande amiga e namorada do Luís Felipe topou fazer os cachorrinhos de pelúcia que prometemos como prêmio no Catarse e suou a camisa pra fazer um trabalho incrível, todo mundo que viu o bichinho pronto teve um enfarto de fofura. Não poderia nunca deixar de agradecer muito um sujeito que entrou com a gente desde cedo e se tornou uma parte importante do Selo Quadrinhos Rasos que é o Matheus Dias, foi ele quem montou o livro e todos os brindes, quem fechou todos os arquivos e quem ajudou no design e na produção de todo o material final. Nada disso sequer existira se não fosse por ele, eu sou eternamente grato. Depois disso foi entregar o livro e os brindes durante o FIQ. Uma experiência realmente indescritível. Mais uma vez obrigado.

Agora voltando ao FIQ, realmente não dá pra explicar muito bem o que foi aquilo, mas vou tentar. A começar pela companhia na qual nos encontrávamos. Desde o início do ano vínhamos convivendo com os Pandemônios e tivemos a honra de sermos parte do grupo também. Para vocês entenderem melhor quem são essas pessoas e porque eu fico emocionado escrevendo isso olha só: o Luís Felipe é meu irmão, isso, irmão de pais diferentes que eu escolhi pra ser meu irmão e se não fosse ele as coisas que eu faço seriam enfadonhas. O Daniel Werneck gosta disso de um jeito que nunca vi ninguém gostar, quando ouvi ele falando durante o encerramento sobre como ele forjou um crachá de imprensa no primeiro FIQ para poder fazer parte daquilo, sobre como vendia fanzines escondido para fazer parte daquilo e sobre como agora ele era curador do evento, estava lançando um livro ali e era oficialmente parte daquilo eu fiquei engasgado, ainda mais porque agora eu também era parte do FIQ junto com ele e tive o privilégio de poder acompanhar todo o processo do seu livro. O Daniel Lima foi quem me ensinou que eu podia desenhar o que quisesse e abriu meus olhos pra isso, se hoje eu leio e vejo tudo de qualquer lugar é culpa dele, ter esse professor do meu lado fazendo isso junto comigo é incrível. O Ricardo Tokumoto tem um blog extremamente popular há muito tempo, e se mantém disciplinado e correto. A simpatia e o cuidado que ele tem com todo mundo é um exemplo para mim. O Vitor Cafaggi é um grande exemplo de pessoa e de artista, extremamente honesto e atencioso... e puxa vida, como o sujeito trabalha bem. Não dá nem pra ficar com raiva pelo tanto que ele é bom, porque ele é legal demais...legal demais mesmo, e do alto de sua competência ele estende a mão para ajudar a gente a subir com ele, incrível. E claro, foi graças a essa confluência de boas almas que eu pude conhecer a Lu Cafaggi, ela é a minha melhor pessoa, eu amo e admiro muito a Lu. Sou um sujeito muito sortudo mesmo, por ter encontrado ela e poder compartilhar tudo isso, toda essa felicidade com essa mulher que eu amo tanto. Então imaginem o orgulho de saber que ela e o irmão vão ser autores de uma das Graphic Novels da MSP, justamente da Turma da Mônica, e que fizeram aquele poster tão lindo! Não tenho dúvida de que farão um trabalho inesquecível. Meu amor é o máximo!

Tivemos a honra de conhecer e ter como pandemônios também o Crumbim e a Eiko, puxa vida, esse casal não existe, eles são de uma simpatia incrível e o livro deles dá vontade de apertar de tão fofo e bem realizado que ficou. Ter a companhia de vocês conosco no estande foi uma honra! Realmente, mal posso esperar para vê-los de novo. E foi muito bom conhecer todo mundo do Trapezistas, do Pipoca e Nanquim e o Raphael da MAD pessoalmente também! Pude finalmente conhecer pessoalmente o Sidney Gusman e caramba, que cara fantástico ele é. Completamente apaixonado pelo que faz, e de uma simpatia e honestidade sem fim, ele nos ajudou desde o primeiro dia e agradeço muito por isso. Sem falar que o FIQ escolheu os convidados internacionais pela simpatia, eu sei que eu puxei muito o saco do Cyril Pedrosa... mas não tinha como, eu sou completa e absolutamente apaixonado pelo trabalho dele e o sujeito ainda me aparece lá sendo aquela simpatia toda, não teve outro jeito. Desenhar ao lado dele e do Olivier no Oubapo foi um negócio de outro mundo. Ouvir o Cyril, o Bill Sienkiewicz e o Mauricio de Sousa elogiando meu trabalho foi surreal e por isso é importante colocar os pés bem fundo no chão agora e lembrar sempre que não sou rockstar, que isso não é a meu respeito mas sim em função de uma boa vida para todo mundo. Eu me sinto muito melhor quando lembro disso, e quando vejo artistas tão consagrados fazendo exatamente o mesmo.

Quando a gente, sem saber como, com que dinheiro, de que jeito, falou que ia lançar o Achados e Perdidos no FIQ o Afonso Andrade, em vez de desconfiar disse apenas: Beleza. E colocou isso lá na programação oficial do evento. Então ao Afonso, ao Werneck, ao Samuel, à Samara, ao André, ao Medroso e à todos os envolvidos na realização do 7º FIQ eu só tenho a agradecer. Foi nosso primeiro FIQ, que seja o primeiro de muitos e podem contar comigo para o que for preciso.

O estande do Pandemônio no FIQ foi a materialização do que o nome sugere. Esteve lotado praticamente o tempo todo e mais impressionante ainda, funcionando. Isso graças à Mitie, à Yasmin e à Lídia esses três anjos que fizeram a coisa acontecer!!! Elas são competentes, simpáticas e destruíram no gerenciamento e manutenção da coisa toda!!! Elas são demais, muito obrigado mesmo, por tudo que fizeram!

Aos amigos que compareceram em peso e nos ajudaram muito; e ao Leandro, meu irmão, pra quem não tem tempo ruim na hora de ajudar, muito obrigado mesmo.

Bem, o FIQ foi assim, mas eleve isso tudo ao quadrado ou mais, espero gastar todas as histórias antes do próximo, em 2013 para ter espaço para histórias novas. Ainda falta agradecer muita gente e contar muita coisa e dar muitos abraços por aí. Mas que foi o máximo, isso foi.

Por uma boa vida.